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Resenha: Antes de Dizer Adeus - Susan Spencer-Wendel, Bret Witter




Em junho de 2011, Susan Spencer-Wendel teve o diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica (ELA). Também conhecida como doença de Lou Gehrig, essa condição degenerativa é progressiva e destrói sistematicamente todos os nervos que estimulam os músculos do corpo. Ela tinha 43 anos, um marido dedicado, três filhos – e apenas um ano de vida saudável pela frente.

Determinada a viver esse último ano com alegria, Susan deixou seu emprego como jornalista e decidiu passar o tempo que lhe restava ao lado da família. Ela construiu um espaço de convivência para receber os amigos no quintal de casa e planejou sete viagens com as pessoas mais importantes de sua vida.

Apesar de não ter controle sobre o rápido declínio de seu estado de saúde, Susan se recusa a desistir. Com sua força extraordinária e seu espírito indomável, ela está determinada a transformar cada um de seus dias numa experiência significativa, cada momento numa celebração da vida, da amizade e do amor.

Antes de dizer adeus é o relato emocionante de um ano vivido em sua plenitude, uma história de alegria, companheirismo, otimismo e aceitação.

Embora seu corpo esteja se enfraquecendo, Susan Spencer compartilha conosco o processo de fortalecimento de sua mente – uma lição de serenidade e bom humor frente aos percalços da vida, um ensinamento comovente que nos leva a refletir sobre o que realmente importa, um reconhecimento do milagre que é estar vivo.

Recebi este livro da Sextante ontem e hoje já estou aqui sedenta de vontade de contar a vocês a minha experiência com ele. Bom, assim que o vi nos lançamentos tinha certeza que ele era o livro perfeito para mim. Quem acompanha o blog sabe que eu gosto de livros com um teor mais verdadeiro, focado em histórias mais tristes por assim dizer, histórias que possam acontecer na nossa vida – mas, também não abro mão de uma fantasia, ok?

Se um dia você está lendo esta resenha tiver oportunidade de checar o meu acervo, vai ver que tenho uma quantidade razoável de livros deste tipo. E todos os que eu li, me tocaram de alguma forma. Mas, focando ao “Antes de Dizer Adeus”. Assim que comecei a leitura já fiquei emocionada, pois a autora que no caso também é protagonista, nos mostra muita positividade para enfrentar o seu problema, tanto que tem um trecho do livro que diz o seguinte:

“... Uma jornada que ultrapassa todas as minhas expectativas se transformou neste livro. Não um livro sobre doença e desespero, mas o registro do meu último e maravilhoso ano. Um presente para os meus filhos, para que eles saibam quem eu fui e aprendam como superar uma tragédia: Com alegria e sem medo.”

Então neste trecho podemos perceber que o intuito do livro é passar positivamente a história de Susan no ano que seguiu após ser diagnosticada.

ELA, esclerose lateral amiotrófica. Um distúrbio neuromuscular, onde os nervos que se ligam aos músculos morrem, fazendo assim com que consequentemente os músculos morram também, é uma doença degenerativa e progressiva, avança com o tempo – sem um controle, existem pessoas que conseguem viver por anos com ELA, outras não, é muito relativo – e é uma doença que não tem cura, causa e nem tratamento. Deixa o paciente a mercê de sua fé. 

Susan Spencer era uma jornalista renomeada, graduada pela universidade de Carolina do Norte, com quase vinte anos de carreira foi diagnosticada com ELA, o que impossibilitou que continuasse em seu trabalho. Atualmente mora em Palm Beach...

Agora imaginem como uma mulher no auge de sua carreira, com três filhos lindos para criar, com um homem que a amava e uma adorada cadelinha pode lidar com essa doença devastando gradativamente a sua vida. De inicio ela simplesmente colocou em sua cabeça que iria aproveitar o máximo de seus filhos, familiares e de seu amor durante o tempo que lhe restava. Porém, as idas aos médicos, as consultas, a fisioterapia, a falta de esperança foi corroendo sua mente e fazendo com que ela pensasse até mesmo em suicídio.


“John quase chora quando pensa nisso hoje em dia. Ele me contou que passou anos escutando atrás da porta de Wesley, me ouvindo cantar. Esse foi um de seus pedidos, que eu gravasse a minha voz cantando aquela canção, antes que ela se perdesse.”

Marina, Aubrey e Wesley são os três filhos de Susan e John seu marido. Durante esse um ano, Susan decidiu que faria sete viagens com pessoas realmente importantes na sua vida. Marido, filhos, irmã – sua irmã é tão importante que o livro foi dedicado a ela. Susan foi nadar com golfinhos por causa do aniversário de Wesley, foi para a ilha Sanibel que fica na Flórida a pedido de Aubrey e para Nova York por causa de Marina, além de outros lugares como: Canadá, Hungria, Bahamas, Chipe, Yukon... Todos estes momentos foram registrados e cada capitulo é representado por uma destas fotografias. 

Apesar do intuído do livro não ser te deixar deprimido, é algo que acontecerá de forma normal, como qualquer ser humano que se emocione com o sofrimento alheio. Neste livro encontramos amor, esperança, fé, mas ele também está regado por dor, sofrimento e tristeza, não se engane. O final me partiu o coração...

Acho que é completamente dispensável citar algo da narrativa de Susan, é algo que funciona como um imã, quando você abre aquelas páginas e começa a ler, automaticamente você é sugado e não consegue mais parar de ler até saber o que aconteceu com Susan, com sua família.

“Não consigo levantar os braços para me alimentar e nem para abraçar meus filhos. Meus músculos estão morrendo, e não tem volta. Nunca mais poderei movimentar a língua para dizer com clareza: “Eu amo você”.

Agora tem algo que eu realmente preciso falar: A força de vontade dessa mulher é algo surreal, a sua vontade de viver, de criar seus filhos é algo que eu não consigo expressar. Às vezes na nossa vida reclamamos por tão pouca coisa, pequenas situações do dia a dia às vezes fazem com que percamos um pouco da nossa esperança de que tudo vai melhorar. Mas, ao ver o tamanho do problema de Susan percebemos que nada é tão valioso quanto a nossa saúde e a nossa família. A minha irmã me disse que não entendia o porquê de ler um livro que de certa forma vai te deixar chateada, é simples, ao ler histórias assim podemos dar mais valor ao que temos, a nossa vida, a nossa saúde, a nossa família, nossos amigos... Podemos parar para pensar e ver que nada está perdido, que apesar das dificuldades, com um pouco de fé podemos chegar longe.

“Procurem por mim no por do sol”


10 comentários:

  1. Kéziahhhhh, que história de arrancar folego?!?!?!?!

    Você tem razão quando coloca que quando lemos ou conhecemos histórias como a de Susan avaliamos e reavaliamos nossa vida, nossas atitudes, revisamos a esperança e nos redescobrimos.

    Sabe, normalmente sou uma pessoa mega otimista e reclamo o mínimo possível, aliás não sou reclamona, gosto ouvir as pessoas e suas experiências, assim ganho duas vezes: poder ajudar de alguma forma quando me pedem e poder aprender ainda mais, isto é o que vale na vida.

    Quando vejo ou leio histórias assim valorizo ainda mais o simples e o que já está em minha listas de itens importantes: como parar para ver o por do sol em qualquer lugar, dar risada de coisa às vezes sem muita graça e enxergar possibilidades onde normalmente quase ninguém vê nada.

    Obrigada por compartilhar sua percepção e aprendizado com a leitura.

    Bjs
    Tânia Bueno
    http://facesdaleiturataniabueno.blogspot.com.br

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  2. Quase chorei só de ler a resenha... deve ser um livro mega emocionante e, realmente, ler algo assim nos faz dar mais valor ao que temos. Que doença mais cruel, o fato de ela não ter explicação ou tratamento a faz pior ainda... deve ser bem difícil encarar, sabendo que você vai deixar de ser tudo o que é em pouco tempo. A força de vontade dela deve ser algo surreal mesmo, além de não se entregar ainda colocou as necessidades dos outros em primeiro lugar, dando um jeito de preparar cada um para o momento em que nem ela se reconheceria mais. O livro não tinha me chamado a atenção, mas depois da sua resenha fiquei realmente interessada na leitura.

    Beijo!

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  3. Oieee, eu achei a capa desse livro linda, ele parece ter uma história emocionante rsrs, porém acho que ele deve ser muito triste, somente por isso eu ainda não procurei o livro para ler, estou fugindo de histórias tristes, só de ler a sinopse dá para perceber que o livro é triste rsrs, Abraços

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  4. Oi Kéziah.
    Não costumo acompanhar muito os lançamentos da Editora Sextante. São poucos os que me chamam a atenção e acabei deixando este passar. Parece ser realmente muito lindo. Parabéns pela resenha tocante.
    Um dia dou uma oportunidade ao mesmo!

    Beijo

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  5. Oi Kéziah,
    tudo bem?
    Não conhecia essa doença, a cada dia aparecem mais doenças degenerativas, e não falam muito delas. Elas são devastadoras. Fiquei muito emocionada com essa história, sua resenha está linda e triste ao mesmo tempo, pois conseguiu me colocar no lugar do personagem, imaginar todo o sofrimento e luta, e perdas. Nossa, não desejo isso para ninguém.
    Ótima dica de leitura, e parabéns pela resenha, ficou ótima mesmo.
    beijinhos.
    cila-leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  6. Oie flor,
    Nossa.. sua resenha me deixou bastante emocionada e fiquei pensando em como as pessoas reclamam por tão pouco. Essa doença deve ser horrível e a história é bem triste. Gostei de como você falou sobre a história e já adicionei na minha lista de desejados. Eu também gosto de ler livros assim, que passe uma mensagem de vida e luta. Parabéns pela resenha, super dica.

    Beijos,
    Jéssica
    www.leitorasempre.com

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  7. Oi Ké!
    Eu sou mais chegada aos de fantasia! Mas não abro mão de um bom livro assim também com um teor mais real!
    Aqueles que nos dão uma sacudida e uma lição de vida! Superação! Esse parece ser assim e eu super leria!
    Parabéns pela resenha!
    Beijos

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  8. Olá! Gostei muito da sua resenha.
    Meu pai infelizmente veio a contrair essa doença horrível. Vindo a falecer em 2009, pouco antes já estava totalmente dependente e só possuia o movimento dos olhos. Existem muitas pessoas q tem essa doença, é uma pena que não haja muita divulgação e acredito que esse livro irá auxiliar para que mais pessoas conheçam e saibam as dificuldades que passam a familia e os portadores dessa doença. Tivemos muito apoio/auxilio/carinho nessa associação em SP.: http://www.abrela.org.br
    Beijos.

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    1. Olá, sinto muito pelo seu pai, imagino o quanto todos vocês sofreram, essa doença é devastadora, e merece mais reconhecimento, pois não só o portador mas os familiares precisam de todo apoio possível para conseguir seguir. Obrigada por dividir conosco :/ beijos e fica com Deus.

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  9. Oi Kéziah,

    com certeza o livro é uma lição de vida!
    Adorei sua resenha e como você se envolveu com a história, realmente o livro parece ser emocionante e te conquista, não pela tristeza dos fatos, mas pela luta e fé de Susan, que sabe que não tem cura, mas decide viver ao máximo com aqueles que ama.

    Beijos,

    --
    Priscila Yume
    http://yumeeoslivros.blogspot.com.br/

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Fonte: http://princesa-descolada-myla.blogspot.com/2013/03/paginacao-numerada.html#ixzz2j39CpByO