HÁ QUEM O CHAME de Eros, Kama, Philea ou Ahava. O Amor, esse personagem mítico, desempenha o papel de narrador na história real do casal Caio e Maria Augusta, pais da autora Adriana Falcão. O Amor se descreve como perfeccionista e obcecado pelos detalhes, nada que o impeça de ser um bocado descuidado com as consequências dos sentimentos que provoca com suas flechas.
Assim, com uma linguagem poética e ao mesmo tempo muito bem-humorada, Adriana revela para seus leitores aquilo que poderia ser descrito como uma história trágica protagonizada por dois personagens atormentados por seus demônios. Apaixonados, Caio e Maria Augusta se casam no Rio de Janeiro da década de 1950 e têm três filhas. Todo o sentimento que eles compartilham não impede que a personalidade exuberante de Maria Augusta se torne mais obsessiva e asfixiante com o passar do tempo, apesar dos medicamentos e dos tratamentos psiquiátricos. Caio, por sua vez, aprofunda uma melancolia que existia nele desde a adolescência, e que culmina nos anos 1970 em tentativas de suicídio.
Mais do que uma história com um final dramático, trata-se de memórias afetivas que alternam momentos de intensa felicidade e outros tantos de dor, como acontece nas melhores famílias.
Vamos começar com uma curiosidade: Este livro conta a história dos avos da Clarice Falcão, foi escrito pela mãe da Clarice. Adriana relata nesse livro de não ficção sobre o amor dos seus pais: Caio e Maria Augusta.
O casal em questão se conheceu em meados de 1947 e foi o famoso amor à primeira vista. Caio era o típico adolescente que não quer nada com a vida, e Maria Augusta a moça de família que foi criada pela sua mãe e sua tia, super inocente e apaixonada pela sua gatinha. Como nós sabemos os opostos se atraem desde 1900 e bolinha, então eles acabaram se conhecendo – foram apresentados pela irmã de Caio, Norma – melhor e depois de um mês se encontrando escondidos eis que surge o primeiro beijo, depois disso eles ficaram nutrindo esse amor proibido por um bom tempo. Veja bem, naquela época se seus pais não fossem com a cara da pessoa que você gostava, você já era proibida de namorá-la, e assim aconteceu. Só que quanto mais proibido, mais gostoso. Isso é até comentado durante a leitura. Que alias, o livro é narrado pelo amor, isso mesmo. Uma visão diferente, onde uma história de amor é narrada pelo próprio sentimento.
Eles casaram, tiveram filhos, mas o amor nos mostrou um lado nem tão bom assim... Ambos viviam cercados por uma grande melancolia, mas não era devido à falta do amor, acredito que se tratava de excesso do mesmo.
Durante o livro nós conhecemos várias faces do amor, aquela arrebatadora, que machuca, que acalma. E percebemos também que o amor pode ser algo maravilhoso, como também pode ser algo que fere imensamente... Como foi o caso de ambos, o amor acabou deixando uma grande cicatriz.
Eu estou me segurando para não soltar nenhum spoiler para vocês.
Não espere um romance cheio de coisas melosas. Apesar de no começo nós acabarmos suspirando com as cartas que eles trocavam (inclusive todas as cartas estão no livro, Adriana as encontrou em um baú perdido). Durante a leitura nós também nos abalamos com diversos acontecimentos. Não se enganem, o livro tem pouco mais de 150 páginas, mas consegue ser tão arrebatador, ou talvez mais que um livro de 1100 páginas.
E o que falar da narrativa, este foi um dos livros mais suaves que já li na vida. Com uma narrativa muito cativante, o narrador (amor) é tão presunçoso, cheio de si, muitas vezes eu me peguei rindo das suas atitudes. Ah! E que poético, tão poético que você se sente nas nuvens ao ler.
O livro em si é um lindo relato de um amor visceral. Onde Caio e Maria Augusta se permitiram morrer de amores um pelo outro, se entregaram a este sentimento, de corpo e alma. Um livro tão cheio de amor que até o próprio narrador é o amor. Incrível! Fabuloso!
Quem me segue no insta: @paixaoliterariablog. Já deve ter visto que eu fiquei apaixonada com o livro.
Quem me segue no insta: @paixaoliterariablog. Já deve ter visto que eu fiquei apaixonada com o livro.
"... Os seus olhos vão me olhar como se fosse a primeira vez, e os meus olhos vão te olhar como se fosse a única, e não foi desta vez ainda que alguma infeliz dificuldade nos afastou."
- Página 121
Ano: 2014 / Páginas: 160
Nota: 5/5 - Favorito
Idioma: português
"Nada dura para sempre, apenas a terra e o céu/ O tempo foge/ E todo o seu dinheiro não comprará outro minuto."
Sobre a autora:
Gostei da resenha Kéziah. O fato do livro ser narrado pelo amor e ter como base antigas cartas da família da autora já me deixou interessada pela leitura. Beijo!
ResponderExcluirwww.newsnessa.com
Oi, Kéziah!
ResponderExcluirNunca pensei que as pessoas poderiam sofrer por excesso de amor... Que bad isso.
Beijos
Balaio de Babados
Participe do #Sorteio1KSeguidores
Oi Kéziah,
ResponderExcluirUau você falando do livro jurava que tinha umas 500 páginas.
Parece ser bem intenso e marcante.
Bjs
http://diarioelivros.blogspot.com.br/
Deve ser muito bacana ler um livro desse e ver todo sentimento verdadeiro envolvido, principalmente para a família dela e fãs :)
ResponderExcluirwww.vivendosentimentos.com.br
Nossa, a história parece ser muuuuuito boa *O*
ResponderExcluirGostei da resenha ehehehe
beeijão
http://www.carolhermanas.com.br/
Oi! Se for exatamente como escreveu, creio que irei gostar. Muito legal recontar a história e ser descrito pelo próprio amor. Bjos ❤
ResponderExcluirClick Literário
Keziah!
ResponderExcluirAdoro romances que pasam o relacionamento verdadeiro, parece que conseguimos nos identificar melhor.
Amo essa música do Kansas...
Desejo uma ótima semana!
“Compreender que há outros pontos de vista é o início da sabedoria.” (Campbell)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
TOP COMENTARISTA ABRIL especial de aniversário, serão 6 ganhadores, não fique de fora!
Olá, Kéziah.
ResponderExcluirEu até me interesso por esse tipo de livro, mas no momento estou dando prioridade para os livros de ficção. E isso da linguagem ser poética é um ponto negativo, não sou muito fã.
Prefácio
Nossa, que livro gostoso! Por ser algo tipo tão próximo da gente, no caso, autora próxima e por isso o a história acaba se tornando mais verdadeira principalmente se ela tá escrevendo com o coração. Amor. Amor. Amor, muito disso :#
ResponderExcluirbjs, Carol | Espilotríssimo
www.carolespilotro.com
Oi Kéziah! Eu adorei a sua resenha, não conhecia o livro, mas parece ser uma boa leitura, com um narrador bem interessante! Dica anotada!
ResponderExcluirBjs, Mi
O que tem na nossa estante
Sorteio A guerra que salvou a minha vida
Essa mulher é incrivel! Sou louca pra ler esse livro. Já li otimas resenhas sobre ele *--*
ResponderExcluirhttp://b-uscandosonhos.blogspot.com.br/
Fiquei apaixonada pela sua resenha e me encantei por não ser meloso, embora trate de amor e também contenha cartas :D Adoro tudo que envolva cartas hahaha
ResponderExcluirUm beijo, Carol
Blog com V.